sexta-feira, setembro 29, 2006


Os mortos não falam, não levantam questões, não fazem perguntas repetidas para ouvir as mesmas respostas... Os mortos não são infelizes, mas tb não são felizes, não se indignam, não protestam, não chamam a atenção. Os mortos não amam e não deixam de ser amados.
Não quero ser morta.
Não quero continuar a amar os mortos.
Quero fazer o luto, passar à frente. Porque estou viva!

A casa

Não tem umas áreas fabulosas, não tem sequer áreas porreiras. Não tem vista para a cidade, muito menos para o mar, não tem jardim nem piscina, não tem árvores de fruto, nem dá para ter em exposição todos os meus discos e livros. Se ponho a cama tenho de ficar sem cómoda, se ponho uma mesa prescindo do sofá. Também não tem ainda muita vida e histórias para contar. Não dá para receber toda a gente ao mesmo tempo nem posso contar com muitas visitas. O quinto andar vai assustar a maioria. Mas também virão os mais importantes, será feita a filtragem natural da coisa.
Já é minha, a partir de hoje, minha e dos Ms. E vamos viver nela o que tivermos para viver. Sem grandes expectativas, sem comparações, tentando não ter muitas saudades do que foi e do que somos, e uns dos outros. Vamos apostar na qualidade e não na quantidade, no tamanho e na aparência.
E apetece-me acreditar e dizer como o outro: Aqui vou ser Feliz!
Nem que seja porque me vai permitir não me acomodar.

quinta-feira, setembro 28, 2006

os pós e os contras

Começo a entrar no estágio de preparação psicológica para a entrada do M na escola. Todos os dias me deparo com pequeninos seres indefesos aos gritos nos corredores a chamar pelas mães e pelos pais. E advinho o tormento que começarão a ser as minhas manhãs, até ele se habituar à rotina. Fico logo com um nó na garganta e acho que vai ser fácil até porque a M pode dar lá uma mãozinha.
No entanto, e como estou obrigada pelos médicos a ver o lado positivo das coisas, há novos pais por ali. Nunca eu na vida olhei para pai nenhum daquela escola... Mas o destino tem destas coisas e, agora, quando não há mal nenhum em olhar (e estou só a dizer olhar) eis que tenho um pai, giro por sinal, a dar-me os bons dias todas as manhãs, a esperar por mim para me segurar a porta (que é tão pesada) e a dizer-me adeus do meio da estrada, quando passo com o carro, normalmente a correr porque vou sempre a atrasada.
Será que podemos acreditar em providência divina?

quarta-feira, setembro 27, 2006

A revelação

Hoje tive uma surpreendente revelação.
Íamos no carro, a ouvir o disco dos Rapture, ensonadas, com o sol matinal a querer romper as nuvens e ela diz-me:
- Eu e os meus amigos sabemos quem é o Pai Natal!
Arregalei os olhos e sorri. "Pronto!", pensei eu. "Mais uma que perdeu a inocência de forma brusca e absurda. Alguém lhe disse que não existe Pai Natal e que somos nós que gastamos rios de dinheiro a comprar merdas que não servem para nada."
- É o sr. Dias lá da ginástica, continuou ela a olhar evasivamente pela janela.
-O sr. Dias?? digo eu.
-Sim. Já o conheço há muito tempo!
-E ele é lá da ginástica?
- É! Faz tubos.
-Tubos? perguntei sem saber do que estava a falar. Tem dois empregos, portanto?
- Sim, faz tubos e brinquedos.
E calou-se. Como se esta verdade absoluta bastasse para que todas as respostas fossem dadas e fizessem sentido.
E fui eu a fazer perguntas dentro de mim o resto do caminho.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Já experimentaram estar de braços abertos uns minutos, horas, dias, ou mesmo alguns meses?

sábado, setembro 23, 2006

Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê?

Porquê?

sexta-feira, setembro 22, 2006

E a ideia é namorar, namorar, namorar... sem ser preciso mais nada!

quinta-feira, setembro 21, 2006

A luz!

Hoje vi a luz!
Vi que o futuro traz coisas boas e que continuará a não trazer o que esperava. Vi que espero o que não mais vou ter e que terei de procurar algo diferente. Vi que tudo tem o seu tempo para se arrumar e que mais tarde ou mais cedo vai estar tudo mais arrumado. Vi que vou conquistar muita coisa, que me vou conquistar a mim e que vou ser conquistada.
Contra a dependência, a favor do prazer em se estar com aqueles que nos amam ou um dia vão amar. Contra a frieza, a favor da vida intensamente vivida, com tudo o que ela tem de bom e de mau. Contra o egoísmo, a favor de uma entrega a todos aqueles que a merecem. Contra o desespero, a favor da tranquilidade que é chegar a casa e ter alguém à nossa espera.
Hoje vi a luz! e sou feliz.

quarta-feira, setembro 20, 2006

vamos?

22 de Setembro, the Pillowman, Maria Matos
23 de Setembro, Hipnose, gare marítima de alcântara
26 de Setembro, Peaches, Garage
30 de Novembro, WhoMadeWho, Clube Mercado

terça-feira, setembro 19, 2006

A denúncia

Tive hoje um acordar no mínimo sórdido. Antes de abrir os olhos e perceber o que se passava já os gritos me entravam pela cabeça. Os vizinhos de baixo insultavam-se mutuamente, ele batia-lhe, ela arremessava-lhe coisas... Ela está grávida, existe uma criança naquela casa de 5 anos de idade (que nunca se ouviu em momento algum), ele é um bisonte, deve ter mais de 2 metros de altura e já antes tinhamos chamado a polícia àquela mesma casa porque ele batia na avó.
Desta vez encolhi-me, agarrei-me à minha filha e quis que ficassemos ali para sempre, no escuro, na cama, a salvo de todos os horrores do mundo, sem sofrer, sem fazer sofrer. Por momentos, quis não ter filhos, não quis que eles alguma vez passassem por uma situação semelhante, que alguma vez fossem a vitima, que alguma vez fossem a besta.
E paralizei. Não chamei a polícia no meio da indignação. Pensei que essa tomada de posição deveria ser tomada pela mulher que depois de ela própria se ter indignado, saiu para a rua, com o filho ao colo e ao lado do agressor.
O que vale um casamento? O que vale o pai dos nossos filhos? Qual é o preço de manter uma família? Que sentido faz tudo isto? Onde é que fica o amor próprio no meio da submissão? Em que medida devemos ceder sem pisar o risco da repressão?

sábado, setembro 16, 2006



Qualquer repressão a isto é pecaminosa. Qualquer que seja o intuito de nos condicionar é negativo. Sou livre de escolher. Sou eu que tenho de me libertar!

sexta-feira, setembro 15, 2006

E viver não será isto? não será um dia não e um dia sim? Um dia somos mais nós, noutros tentamos esquecer que existimos... um dia somos o que há de mais importante, no outro podemos esquecer os nossos desejos e ansiar que sejam satisfeitos sem que seja preciso pedir. Um dia as perguntas jánão se fazemou porque deixaram de se querer saber as respostas, ou porque as respostas foram dadas sem ser preciso dar o ponto de interrogação. Um dia tudo será claro, um dia tudo será claro, um dia tudo será claro!
E nesse dia, seja ele amanhã ou daqui a muitos anos, nesse dia vou conseguir confiar que sempre estiveste aí e que até me tenhas levado ao colo quando me senti desesperada. Agora ainda preciso de sinais, amanhã quem sabe não descubro que não procuro mais sinais nenhuns.
Sei que tenho muitos colos a quem recorrer se o colo que preciso não estiver lá. E esses são tão ou mais preciosos, e desses eu tenho de cuidar também.
Hoje vou brindar a todos os que me oferecem colo, em vez de chorar os que mo recusam.
A todos vocês!

quinta-feira, setembro 14, 2006

E se há dias assim, há dias assado... Dias em que as lágrimas nos saltam dos olhos mais depressa do que nos apercebemos, em que a angústia é tamanha que quase não nos deixa respirar, em que nos sentimos descontrolados porque sabemos que não somos donos das nossas vidas, que dependemos de um sim, de dois braços que se abrem e nos abrigam num colo, ainda que esse colo só tenha para nos dar o silêncio. Há dias assim... em que partimos para parte incerta porque não nos sentimos bem em lado nenhum, porque não temos nada ao que chamar casa, porque não estamos cá. Há dias que nos faz falta que alguém atenda o telefone e nos oiça simplesmente, alguém que nos diga, não estejas assim, tudo se vai resolver. Alguém que não nos faça sentir mal por esperar que algo de bom aconteça e nos chame a atenção por estar a pintar um quadro negro! Alguém que nos diga, chiu! não sejas tolinha, e nos limpe algures as lágrimas que teimam em encharcar a cara.
Há dias assim em que não há esperança em nada, não há um pormenor que nos faça acreditar, há retrocesso em tudo, volta o medo, a solidão, a falta de paz de espírito, o deitar na cama e dar voltas e voltas ao mesmo assunto.
não podia ser mais fácil esta merda????
não podia ser mais fácil sermos felizes e pronto? Dar valor àquilo que temos e só sentirmos falta do que temos?
Puta que pariu esta merda do caralho. um grande Foda-se para isto! Se tás aí não me dás oportunidade de ser feliz? Existes ou não, caralho?? Foi-se o piu, foi-se a força, foi-se a esperança. resta isto, este caco de mim que não interessa a ninguém!

terça-feira, setembro 12, 2006

Querem melhor dia do que este...


...em que os maiores enrabaram finalmente estes italianos sonsos com equipa de playstation? Vão mas é para vossa casa, toldos dum cabrão!
E porque não haver um dia em que vos fale de gestos simples, palavras que partilham sentimentos, confiança no que aí vem, certezas do que não se quer, algum respirar mais fundo, mas desta vez com um sorrisinho na cara, algum baralhar o espírito, mas desta vez com vontade de ser esclarecida. Os silêncios que são preenchidos, a distância que se encurta, os tormentos que se tornam mais relativos.
Porque não falar-vos de dias em que as dúvidas não duram muito tempo, ou o suficiente para nos levar o pensamento nas suas sórdidas artimanhas. Porquê não vos falar de um dia em que o bater do coração não é feito de ansiedade sofrega, mas sim da certeza que um dia destes, acordamos, e vivemos o presente como se fosse a melhor época das nossas vidas.
Porque não falar-vos do dia de hoje que, como previa a M de manhã, foi um dia feliz!

domingo, setembro 10, 2006

O Pão de Forma


É quase tão famosa quanto o carocha. Começou a ser idealizada em no final dos anos 50 e, nos anos que correm, são já vistas como raridades. No Brasil, as Combi, como lhe chamam, encontram-se aos molhos. Em Portugal, as Pão de Forma, são mais preciosas. Na falta de uma autocaravana, xpto como já ambicionei, não me importava mesmo nada de ter a Wolkswagen Tipo 2, para pegar nos meus filhos e correr mundo... É só o preço da gasolina descer que esse é o meu próximo passo para o Infinito.

sábado, setembro 09, 2006

E porque não com Maçaroca!


Do que eu precisava era de um HEROI assim. Podia ser menos penteadinho e levava-lhe uns disquinhos para ouvirmos nas alturas... mas não era mal pensado!

terça-feira, setembro 05, 2006

Coisas para ouvir com mais atenção



Pop Levi
Kids in Tracksuits
Padded Cell
Micah P. Hinson (aqui na imagem)

Na blogosfera

os sitios por onde passo regularmente:
Os Homens não se querem bonitos
No Reino de Carlota Joaquina
We Wanna Get Loaded
Coentron
Toca Arquivar
Farrapos
Eu no cú não aprecio
A Pensar Morreu Um Burro
Sound & Vision
Planeta Pop
Juramento Sem Bandeira
A Vitima Respira
Um Pouco Mouco
Depois de ter passado a manhã a ouvir o novo disco do Caetano Veloso, "Cê", e de sorrir com uma canção em que ele passa uns belos minutos a proclamar "Estou-me a vir", percebo que há sensações pelas quais não passo há muito e por causa delas nutro por outros um sentimento feio: a inveja!
Tenho inveja de quem se vem. Mas não é do orgasmo por si. Esse tenho-o na hora que quiser. É aquele orgasmo, com quem queres "orgasmar".

domingo, setembro 03, 2006

O que quero ir ver:

Craigie Horsfield (Centro de Arte Moderna, até 24 de Setembro)
Feira da Ladra (terças e sábados, no Campo de Santa Clara)
"O Paraíso, Agora!" (de Hany Abu-Assad, no King às 22h)
"Sonhar com Xangai" (de Wang Xiaoshuai, no King às 21h45)
"Volver" (de Pedro Almodóvar, estreia para a semana)

Por onde pretendo passar:

Marisa Monte (8, 9 ou 10 de Setembro) no Coliseu de Lisboa,
Vetiver (16 de Setembro) na ZDB
Chico Buarque (3, 4 ou 5 de Outubro) no Coliseu de Lisboa
Final Fantasy (16 de Outubro) no Clube Lua
Lisa Germano (2 de Dezembro) no Santiago Alquimista
Lambchop (10 de Dezembro) na Aula Magna

sábado, setembro 02, 2006