sábado, julho 19, 2008

Sinto-me como se tivesse de ressaca. Aquela languidez que surge depois do êxtase, da euforia, da vida que escolhi. Dou por mim à procura de sentimentos, a ir de encontro às pessoas esperando que sejam elas a abanarem-me e a permitirem que recupere a crença da cumplicidade e do prazer de estar. Muitas vezes respiro fundo e doi-me alguma coisa cá dentro. Raramente dou importância. Digo que amadureci, que já não doi como antes, não lhe dou valor, distraio a atenção e adormeço sobre isso, essa espécie de pontada constante. É isso! Adormeço sobre isso, vivo sobre isso, olho para o outro lado e tento não me afligir muito com esse lado dormente. Às vezes tenho raiva de, em tempos, ter sido ingénua. Outras, muitas vezes, queria voltar a recuperar essa ingenuidade. A mesma que invalidava o desconsolo, o desânimo, o mau agoiro. A mesma que me fazia dizer que ninguém fazia mal de propósito, que não me levava a fazer sexo sem amor. Amor, ou lá o que é isso. Umas vezes acho que não sinto nada, outras é esta turbilhão de sentimentos que me confunde os pensamentos. As palavras saiem assim sem nexo. Não há ordem. Quis deixar de me anular e dou comigo a experimentar por experimentar. Quanto mais sabemos de nós mais riscos corremos de nos ferirmos. Mas também mais aptos estamos a que não nos façam mal. Estaremos?

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