domingo, abril 30, 2006

A processar informação

É verdade. A minha cabeça anda pouco expedita para conseguir processar tanta informação. Os meus dias deviam ter mais umas doze horas para conseguir fazer, ouvir, ver e ler tudo o que me chega. Não resisto a deixar-vos algumas das boas coisas que entretanto não me têm saído da cabeça. Já não era sem tempo, anh? Até aqui só me farto de falar das coisas más que não me têm saído da cabeça.

We're From Barcelona
São deliciosos. oiçam aqui 4 temas e vejam o vídeo que é fantástico. "Don't Give Up On Your Dreams, Buddy" é um título capaz de se me entranhar, ser mesmo uma máxima de vida.

The Knife
a muita electrónica destes suecos! mesmo para não pensar em nada. oiçam coisas e vejam o vídeo aqui

The Whitest Boy Alive
Depois de ter visto os Kings of Convenience no sábado ainda fiquei mais fã. Esta é a nova banda do Erlend, esse granda maluco. Oiçam aqui. Ele é bom, não há dúvida, mas melhor ainda é o seu sentido de humor e aquela forma de estar, despida de tudo, que lhe dá ainda mais piada. Por causa dele não páro de cantar I'd rather dance than talk with you...

Andrew Bird
O gajo para além de fazer grandes canções, cantar melhor, ainda é giro. E sabe assobiar. è sinal que é bom de lábios. Não percam, oiçam aqui.

Clear Static
O álbum está mesmo a sair. Têm rasgos de Robert Smith. confiram aqui.

Richard Butler
ainda se fazem coisas giras. entre o hip hop, a soul, r&b... podia fazer a primeira parte do concerto de estreia do Kanye West em Portugal... não acham? oiçam aqui

The Magic Numbers
Os Mammas & Pappas da actualidade. O site giro e podem ouvir aqui um bocado do álbum.

Ok Go!
Têm de ver o vídeo de "A Million Ways". É muita bom! Já agora vejam os outros e oiçam aqui alguns temas

The Wolfmother
Já agora, porque não mostrar uma das bandas que vou trabalhar e que quase de certeza vai passar por estas bandas mais cedo ou mais tarde. De tanto ouvir já sei os riffs da guitarra e tudo. não vos parece com nada? Oiçam aqui

E isto é só uma amostra. Hei-de deixar aqui mais listas. não só de música

quinta-feira, abril 27, 2006

É verdade! ficarei mais perto do céu, pode até ser que as estrelas desçam até nós. Melhor ainda, a festa vai continuar com luar ou com banhos de sol. Estaremos todos muito mais aconchegados, mas o importante é que também nos continuemos a sentir em casa. Prometo que vou fazer os possíveis para que o cansaço de subir degrau a degrau seja compensado, ao chegar lá acima. Uma coisa é certa, vamos ter de marcar a data da inauguração!

quarta-feira, abril 26, 2006

Eu sei, eu sei. Sou uma autêntica mãe galinha. Mas não posso deixar passar isto. O M já se lança sozinho, pé ante pé, sem medos. Anda que nem um maluco.

terça-feira, abril 25, 2006

Somos Livres

Das poucas coisas que a minha má memória guarda da Revolução é a canção da Gaivota que gritava a plenos pulmões naquela altura em que ainda poucas palavras sabia dizer. Mas a verdade é que hoje, longe das festevidades do dia, como sempre foi meu apanágio, aliás, pensei nessas mesmas palavras. "Como ela somos livres de dizer..." e hoje quis viver um "como ela" somos livres de amar! E revivi inevitavelmente os meus últimos tempos. Revivi o que há menos tempo quis viver como uma revolução. O que há pouquíssimo tempo admiti ser uma revolução por amor! A luta que travei e que ainda travo dentro de mim para que essa revolução chegasse a bom porto e que no final também eu pudesse colocar o cravo no cano da espingarda e pudesse gritar que amava sem reservas. Não fui capaz! Ganhou quem viu tudo isto como uma ruptura. Ganhou quem em vez da revolução quis a destruição. Ainda hoje vivo a revolta desses dias. Ainda hoje me pergunto o porquê de tudo isto, o porquê de não conseguirmos ter vivido isto juntos, como um crescimento conjunto, a dois. Não conseguimos. Ganhou quem preferiu virar as costas e deitar tudo a perder. Revolta-me que tenhamos sido tão levianos. Revolta-me que um projecto de vida tenha se resumido a nada em poucos dias. Revolta-me que de tudo muito pouco tenha sobrado, tão pouco o respeito por quem ainda tinha uma réstea de esperança, uma réstea de amor para dar, sem reservas. Ainda hoje, sinto o sabor salgado na boca das lágrimas que nela vão desaguar. Liberdade!? Que liberdade é esta que contenho dentro de mim para não voltar a gritar o que tenho guardado? Que liberdade é esta que um dia alcancei para dizer tudo o que sentia e hoje sou obrigada a esconder? Revolta-me pensar que um dia os meus filhos se possam sentir como eu me sinto agora. Abandonados por alguém a quem um dia pensaram dar a vida. Apavora-me pensar que um dia possa provocar esse sentimento a alguém, muito menos a eles! Procuro agora outra revolução! A minha, interior. A de me encontrar novamente no meio de uma vida que deixou de fazer sentido de um momento para o outro. A de me sentir capaz dentro deste sentimento de fracasso. A de me sentir especial por tudo o que ainda tenho ao meu redor. E essa revolução é a minha! Só eu a posso viver. Talvez daqui a um ano, a consiga definir. Hoje é ainda só um projecto de vida que procuro viver num dia após o outro. sem futuro, sem esperar nada nem ninguém.

quinta-feira, abril 20, 2006

É engraçado como há certas alturas que parece que não temos nada a dizer. nâo porque não se passe nada, ou que não se pense nada, ou espere nada. Antes pelo contrário... Acho que depois do turbilhão de sentimentos e acontecimentos, coisa que se mantém no auge da sua manifestação, mereço um pouco de tranquilidade! Algo pelo qual tenho vindo a lutar dentro de mim. Sabe-me bem saborear a mudança, as pessoas que se vão cruzando no meu dia a dia, mas sabe-me bem essencialmente saborear-me a mim, nesses pequenos e tão curtos intervalos de tempo em que me consigo sentir. E para isso, às vezes tenho necessitado mais do silêncio, mais dos gestos extra palavra. Nisto, fica aqui aquele abraço fechado! E só aquele sorriso cumplice. É o que me basta!|

domingo, abril 16, 2006

É o teu primeiro aniversário bebé! Parabéns. Se alguma coisa aconteceu de maravilhosa neste meu último ano foi o teu nascimento, a tua vinda para adocicar as nossas vidas. Mesmo que um dia venhas a duvidar disso filho, quero que saibas que sim, foste muito desejado. Perdoa-me pelos momentos em que possa não te passar essa sensação, pelas vezes que chorei à tua frente quando devia só responder ao teu enorme sorriso. Desculpa-me as vezes que te tenho de deixar sem que tu percebas bem porquê. Perdoa-me as fotografias que não te tenho tirado, ou os filmes que não tenho feito contigo. Desculpa-me não te dar a atenção que te é devida, os jogos que não fazemos, os livros que não lemos. Quero que saibas que, ainda assim, estás sempre dentro de mim e que o que mais quero na vida é que sejas feliz e que a minha felicidade te ajude a ser mais feliz ainda. Quero que percebas que somos uma família, igual a tantas outras, diferente de outras tantas, mas uma família. A nossa família! E como diria a M. vamos estar sempre juntos.

sexta-feira, abril 14, 2006


Hoje, especialmente hoje, apetece-me ouvir dizer novamente:
"Não Tenhais Medo!"


Nota: Já repararam que na Sexta Feira Santa está sempre de chuva??

quinta-feira, abril 13, 2006

Penso se é possível sentir saudades de quem ainda não vi, se este sentimento de ausência se pode rever num outro de presença constante, que ainda leva muito pouco tempo para o ser. Como é possível sentir-se alguém presente sabendo-o ausente? Poderá ser possível sermos estranhos e também íntimos? Sermos cúmplices sem perceber porquê? A ansiedade que sinto hoje é muito diferente da que tenho vindo a sentir. Esta não é de perda, é de ganho! Este não é destrutivo é aflitivamente confortante, recuperador! Saber da inevitabilidade e ao mesmo tempo retardá-la! Para saborear...

quarta-feira, abril 12, 2006

Parece estranho dizer isto, mas como tem sido tão raro, tenho de dizer: hoje acordei a cantar! Isto depois de não querer acreditar que o despertador estavaa tocar.

segunda-feira, abril 10, 2006

Repito para mim que não existe amanhã, que os dias são feitos de pequenos nadas que nos põem excitadas sabe Deus porquê. Aquela sensação de sermos de novo crianças, que brincamos ao apanha e às escondidas e que nos deslumbramos com uma pequena conquista, que nos faz sentir mais e mais vivos. A cumplicidade que se ganha com os outros é das melhores sensações que guardo da vida e é ela que hoje me faz ter este sorriso parvo na cara, que tomou conta de mim e não parece querer desalojar tão cedo. Sei que brincamos, sei que é um jogo que ainda agora começou. Sei também que por isso mesmo tem a dimensão que lhe queremos dar. Sei que podemos jogar até termos essa necessidade, a de sermos sempre meninos, verdadeiros, ingénuos e deslumbrados. Inocentes não! Já não temos tal capacidade. Talvez por isso ainda tenha mais piada. Hoje não tenho medo do amanhã, porque não senti medo do que vivi hoje. Quero muito arriscar, arriscar sentir-me viva... porque na verdade é isso que sinto.

sábado, abril 08, 2006

"És feliz na medida em que espalhas felicidade e em que a encarnas. Faz disso o teu objectivo de vida. Fá-lo por ti e por aqueles de quem és responsável!"
Permito-me viver!

quinta-feira, abril 06, 2006

É tão bom quando damos por nós a sorrir porque sentimos o ar fresco na cara, ou porque corremos de mão dada até não conseguirmos mais. É tão bom quando nos alegramos com as pequenas vitórias dos nossos filhos, os primeiros passinhos de um, o poder de argumentação de outro. É tão bom quando somos desafiados e aceitamos o desafio, quando sonhamos com uma ideia e desejamos que se concretize. É tão bom pensarmos que existe alguém que nos quer bem, sem interesse nem cobranças. É tão bom darmos por nós a festejar sem motivo aparente, a acordar sem ter tido pesadelos, a planear o futuro. É bom sentir-me de quando a quando, sentir que sou importante para quem cativei e que isso me faz importante para mim. É tão bom quando damos por nós a sorrir!

terça-feira, abril 04, 2006

- "Mãe, se eu morresse tu choravas"
- "Chorava!"
- "Muito? ou pouco?"
- "Muito filha, e queria morrer atrás de ti!"
- "E o M. ficava sozinho, mãe?"
- ...
- "Mãe, quando formos para o céu vamos ficar sempre juntas?"
- "Sim, se houver céu."
- "Há mãe, morremos e depois vamos a voar. Estão lá as nossas avós."
- "Se tu dizes..."
- "Mãe, não queria ter saudades de ninguém!"
- ...

segunda-feira, abril 03, 2006

Até que ponto usamos nós as pessoas que nos rodeiam? Até que ponto as catalogamos e colocamos em prateleiras, mais ou menos arrumadas, por ordem de interesses, por estarem mais ou menos moda, por nos darem mais ou menos prestigio, por em certas alturas das nossas vidas nos serem mais ou menos úteis. Até que ponto os nossos amigos são-nos mais ou menos importantes consoante nos satisfazem mais ou menos as nossas necessidades. A necessidade de nos sentirmos amados, a necessidade de conhecermos coisas novas, a necessidade de sermos ouvidos, a necessidade de termos as mesmas necessidades, alguma coisa que nos faça ver ao espelho e projectarmos o nosso eu. Até que ponto isso não é o nosso mais profundo egoísmo? Até que ponto não descartamos as pessoas consoante elas não vão fazendo parte desses requisitos? Como poderei eu não ser assim?

domingo, abril 02, 2006

Quem tiver Olho é o Rei


Não hesito em que vivi uma das noites da minha vida. Pensava que estava sozinha mas descobri um mundo inteiro que esteve ali comigo. Um mundo de pessoas jovens, bonitas, esclarecidas, isentas de preconceitos, que em perfeita comunhão viveram como eu, uma das noites das suas vidas. A partir daqui será inevitável a pergunta: "estiveste lá?" Dali corri inúmeros sítios, curiosamente os locais que costumo procurar quando saio à noite, mas depois daquilo nada parecia fazer mais sentido.
O rei está vivo e não tenho dúvidas em afirmar que está no momento alto da sua já longa carreira. Tivemos de tudo, ele deu-nos tudo e só não deu mais porque hoje volta a dar tudo. Não quis acreditar quando chegeui à porta do Maxime e vi a fila de gente que esperava para entrar. Meia hora depois ouviu-se da frente que não havia mais entradas. Esperei mais uma hora e tentei subornar o segurança, ao som dos primeiros acordes de "Nasci para a MÚsica". Não me consegui conformar e disse-lhe que não tinha todas as noites livres e aquela era a minha única oportunidade de ver o Monstro da Música Nacional. E entrámos! Sem saber como, entrámos sem pagar, depois de dezenas de outras pessoas terem virado costas inconformadas. E entradas na sala entrámos numa outra dimensão, onde a comunhão era absoluta. Éramos todos irmãos, companheiros de uma longa jornada, ansiosos pela Cabana, A Rosa que te dei, Como o Macaco Gosta de Banana, Cai Neve em Nova Iorque, El Rei D. Sebastião, No Dia em que o Rei Fez Anos. E ele cantou tudo e muito mais, com ESPANTOSAS colaborações da galega de quem ninguém mais lembrará, ofuscada pela grandiosidade daquele que já afirmou "Se o Rui Veloso é o pai do rock português, eu sou a mãe".
Ele afirmou que este é o ponto mais alto da sua carreira. E eu reafirmo! Até porque a visão de vida de todos nós, aqueles que lá estivemos mudou. E este é o ponto mais alto das nossas vidas também.
ver mais tributos ao nosso padrinho:
clube de fãs do José Cid
CidMania
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Contraculturalmente

sábado, abril 01, 2006

Há dias assim, em que sorrio sem razão aparente, em que sinto cada poro da minha pele a respirar, como se me dissessem que estou viva e que preciso sentir-me bem com isso. E a verdade, é que em dias assim, sinto-me realmente bem na minha pele e apetece-me desbravar mundo. Nesta fase da minha vida, em que o bom se confunde com o mau, em que a tranquilidade se confunde com a inquietação, sorrio na descoberta de novas pessoas e no que elas me fazem descobrir em mim. às vezes as rotinas dos velhos amigos fazem as relações viciarem-se de lamentos, de elogios e de agradecimentos e isso faz com que os sentimentos não mexam tanto. Quando às vezes as mesmas palavras são ditas por uma pessoa nova parecem tomar novas dimensões e reentram na nossa maneira de estar. Não é que os velhos amigos sejam menos válidos, até pelo contrário. Alcançaram esse ritmo por terem estado sempre lá. E isso poucos o conquistaram. É só porque os nossos ouvidos já lhes reconhecem a voz, já adivinham o que vão dizer, o seu colo já tomou a forma do nosso corpo... e sentirmo-nos desafiados a voltar a conquistar é um sentimento só diferente do que sentir a responsabilidade de continuar a cuidar.
E estou muito feliz, porque tenho o previlégio de estar a viver estes dois sentimentos.