terça-feira, dezembro 09, 2008

nas contra-indicações dizia 'relatos de alucinanações'. pousei o frasco, sorri com ar de desdem. 'Mais? Não chega já as que tenho tido?' Recuei na decisão. Pus-me a pesquisar os pros e os contras. Chateei-me à tantas comigo. Não havia razão para tanta razão. Perdi-me em considerações logicas e deixei-me tomar por argumentos. As tantas obriguei-me a parar. 'Que raio, estou a alucinar, foda-se!' O certo é que a entrega não é como outrora. Simples, directa, genuina, infantil, generosa... talvez seja por momentos, talvez seja por uns dias. mas vai e volta. é mais pensado, é mais cauteloso, é mais contido, é vivido dia após dia, sem futuro, à procura do sabor. Voltei a pegar no frasco, abanei-o, ouvi o bater dos comprimidos no vidro e deitei-os pela janela. E atrás fui eu. Ainda antes de cair no chão consegui gritar à minha razão: 'ainda tenho impulso, vai-te foder! não me vais proibir de voar.'

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