sexta-feira, maio 12, 2006

É triste quando as palavras perdem expressão, quando os vazios que deixamos cá dentro são só preenchidos por bolsas de água salgada que vazam de quando a quando. É triste quando alguém não acredita que o que temos para dar é puro, sincero e honesto. É triste quando isso se torna insuficiente e perde sentido. É triste quando o melhor de nós deixou de ser o melhor para os outros. Quando esse melhor poderia ser melhor se houvesse algo do lado de lá. É triste mas não é desesperante. Porque para receber, às vezes basta oferecer. Nem todos estão disponíveis a entrar nesta espécie de conquista. Alguém fica sempre de perna cruzada a pensar que quem quiser que bata à porta... Eu sou mais do espírito empreendedor. Gosto de escarafunchar. Gosto de ir ao fundo de mim e que me permitam ir ao fundo do outro. A superfície é ligeira. Agonia-me. Pode servir para mascarar, mas não dá para viver com ela.

Se me é possível, hoje sinto-me muito triste mas também intimimante feliz. Sei que não me mascaro, não simulo, não vivo presa na minha dor. Doi-me! Doi-me sim. Doi-me os vazios, as ausências, doi-me o fracasso e a incerteza do futuro, doi-me amar sem ser correspondida... mas amo! E isso enche-me. E enche-me de modo a conseguir sorrir e chorar ao mesmo tempo. Sei que depois disto vou ser mais pessoa, vou conseguir compreender melhor os meus filhos e as pessoas que se cruzam comigo.

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