domingo, dezembro 10, 2006

Sempre quis ser a melhor em tudo. A melhor filha, a mehor amiga, a melhor namorada, a melhor na escola, a melhor no trabalho, a melhor mãe. A mais divertida, a mais compreensiva, a mais fixe, com quem se pode sempre contar, a melhor a fazer desporto e a que sabe mais de literatura, a que sabe cozinhar e é capaz de falar sobre música, a mais atenta e a mais descontraída, a mais qualquer coisa...
Aos pouco tenho percebido que, aquilo que julguei sempre ser uma virtude, por me meter sempre metas mais à frente e me fazer querer crescer, quando mal medido dá-me um sentimento de frustração desmedido. Não sei perder, não sei falhar, acho que quando o faço desmorona toda a imagem que os outros têm de mim. Pior, exigo vulgarmente de quem mais amo a mesma solicitude e o mesmo querer ser melhor que os outros, tal como exijo de mim.
Nestes tempos tenho percebido que me devo perdoar mais, me devo aceitar mais quando falho, devo pedir mais desculpa, devo aceitar mais desculpa, devo ceder, devo incentivar, não esperar de mim e dos outros aquilo que ainda não podem dar. E a paciência... se o mundo fosse medido pela paciência eu chumbava.

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