sonho I

Cheguei, ele levantou-se, olhou-me nos olhos, beijou-me a face e ficou uns momentos a sentir a minha respiração. Baixou o olhar com um certo nervosismo e sorriu. Adivinhava que tinha ficado à espera do gesto seguinte, aquele que tantas vezes tinha-mos feito quase sem pensar, por hábito ou simples conforto. Começava ali mais uma noite sem muitas questões nem respostas algumas. Os silêncios às vezes são pesados, outras são só intervalos. Pode ser que a saudade também seja assim, umas vezes pesada, outras só um intervalo.