terça-feira, setembro 16, 2008

Não é que não o amasse mais. Sabia, melhor que ninguém, que o ia amar sempre, com uma intensidade que até há pouco tempo duvidara. Era mais a certeza de que podia amar outra vez, outras pessoas, amar diferente, não sabia se menos se mais, mas para ser amor não precisava de ser medido. 'Mãe, de quem é que gostas mais?' Desde aquela altura soube que amor era todo o sentimento bom e reparador, tudo aquilo que a fazia dar, tudo o que lhe tirava um sorriso espontâneo, tudo o que a tornara incondicional. Experimentou libertar-se daquele outro sentimento atrofiante. Experimentou deixar de desejar diferente. Quis parar de ansiar por algo que teimosamente não tinha mais vontade de ser. Sabia que podia. Sentiu-se mais senhora de si. Poderia voltar a encher-se de querer. Querer experimentar cada dia, cada estímulo, cada vontade. Quis ser dona dos seus passos. Não ser para agradar. Não ser para ir ao encontro de algo ou de alguém. Não é que o tivesse deixado de amar. Só olhava para esse amor de maneira diferente. Vivia-o de maneira diferente. Vivia!

1 comentário:

Maura disse...

É esse o caminho :)