quarta-feira, janeiro 31, 2007

Porque o amor não nos dá espaço para colocar questões, porque dentro de nós temos a certeza de que queremos fazer o outro feliz, e na consequência sermos os mais felizes. Porque o amor tudo perdoa e instala-se sem que seja preciso ter provas de que é mesmo ele. Porque se ama sem se saber exactamente porquê e quando se arranjam explicações para amar é porque já não se acredita que se ama. E amor é o quê?

1 comentário:

Anónimo disse...

Labirinto ou não foi nada

Talvez houvesse uma flor
aberta na tua mão.
Podia ter sido amor,
e foi apenas traição.

É tão negro o labirinto
que vai dar à tua rua. . .
Ai de mim, que nem pressinto
a cor dos ombros da Lua!

Talvez houvesse a passagem
de uma estrela no teu rosto.
Era quase uma viagem:
foi apenas um desgosto.

É tão negro o labirinto
que vai dar à tua rua...
Só o fantasma do instinto
na cinza do céu flutua.

Tens agora a mão fechada;
no rosto, nenhum fulgor.
Não foi nada, não foi nada:
podia ter sido amor.



David Mourão Ferreira