segunda-feira, setembro 03, 2007

Aprender a viver com esta pena, este enorme pesar pelo que parece não ter como chegar a nós. Regressar ao tempo em que seguíamos a par, quase inconscientemente, sem esforço, viver o quaotidiano que era dos dois, sem perceber. Viver com este sentimento de perda. De perda da cumplicidade quem me era tão cara e que se esfumou sem saber como nem porquê. Porquê é que um dia olhamos para a frente e nos vemos juntos na velhice e no outro não nos vemos no presente? Ainda tenho tantos porquês sem resposta. Viver com o puzzle por completar. Viver sem que me olhes e me vejas. Viver com esta esperança eterna que toques e te aninhes nas minhas pernas e fique tudo bem. Viver, viver, viver, para não me entregar à morte. Poderão os vivos casar com os mortos? Mãe, porque é que as pessoas um dia querem casar com uma pessoa e no outro não a conseguem beijar? Mãe, há coisas que não entendo nem sei explicar por palavras, mas sinto muito fundo no meu coração. Só queria que fosses feliz, não sei porque não consegues contar comigo, sofro por isso. Mãe, mas são amigos, não são?

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