segunda-feira, outubro 06, 2008

mãe, estou apaixonada

mãe, apaixonei-me! Não sabia que podia sentir isto por alguém. sim, tu já me tinhas dito. Quando for, vais perceber. Não sei o que me vai na cabeça, não te sei explicar bem... mas deve ser mesmo assim, não é? só sei que não consigo pensar em mais nada senão estar com ele. Às vezes acho que é demais, porque mal consigo comer. Mas ando sobre núvens, não me apetece nada realmente terreno. Basta-me andar de mão dada na rua e sorrir para ser feliz. É esta paz que é estranha. Não me deixa sossegada mas ao mesmo tempo faz-me respirar fundo. Sim, sim. Tenho a certeza que sente o mesmo por mim. Ele está mais louco que eu. Diz que quer viver comigo. Decidimos casar. Oh mãe, sei lá! eu quero, tenho a certeza que quero. Já não consigo viver sem ele e se é assim, porque não? Tudo bate certo. Posso estar a ser ingénua, mas quero ser ingénua para o resto da vida. Estou apaixonada, porra! Nunca senti isto por ninguém, por isso é desta que me lanço para a frente. Não chores, vai tudo correr bem. Estou de peito aberto, não vês? Nada pode correr mal a esta altura do campeonato. Sim, ele é carinhoso. Trata-me como ninguém tratou. Vejo-lhe a alma nos olhos. Sei que não me mente. Saberia se fosse o contrário. Não, também não exageres. dar a vida por alguém é só nos filmes. Sei lá, acho que morria se me deixasse. Mas não! Vamos enfrentar o mundo juntos. Só me apetece viver e fazê-lo feliz. Estou tão feliz que só tenho é de retribuir, não achas? Oh, não chores! Já era tempo, não achas? Eu sei que é assim uma decisão repentina, mas só a iria tomar um dia se tivesse a certeza do que sinto. E não tenho dúvidas. Quero mesmo! E já pensaste? Olha lá, vais ver, vai correr tudo bem. Estou apaixonada.

5 comentários:

Maura disse...

Decisões repentinas... conceito muito dúbio e relativo!

amelinha disse...

explica-te lá!

Maura disse...

Como sabes onde é a fronteira entre uma decisão ser repentina e o momento em que deixa de o ser e passa a ser ponderada?

Essa fronteira até pode divergir de uma pessoa para outra. Podes achar que tomei uma decisão repentina e para mim já ser tardia, ou vice-versa.

Só queria perceber como gerimos isso, eu nunca fui capaz.

amelinha disse...

Eu nunca ponderei. Sempre segui o meu instinto. Sempre achei que preferia arrepender-me daquilo que fiz, nunca daquilo que não cheguei a fazer. Acho que essa sempre foi a minha filosofia de vida. Avançar em momento de dúvida. Aceitar desafios e ouvir-me. Já me espalhei ao comprido, mas também já fui muito feliz.

Maura disse...

Não podia concordar mais contigo. Sempre aceitei o que a vida me põe à frente e fui lá ver como era. Não seria capaz de virar as costas e ficar sem saber onde levaria aquele caminho.

O problema nem é espalharmo-nos ao comprido no fim de algum desses caminhos, o único problema é que quem não pensa assim não nos compreende e podemos ser tidas como levianas inconsequentes.
Por isso é que esse conceito de decisão repentina me é imcompreensível.