segunda-feira, março 13, 2006

Mesmo quando parece que já estou habituada à ideia, não deixa de ser estranho quando percebemos que alguém com quem vivemos diariamente, intimamamente, com quem fizemos um projecto de vida, nos posa parecer agora um absoluto estranho. Pergunto-me hoje se as pessoas estão de corpo e alma na vida, quanto de nós nunca se revela, quão absoluta pode ser a vida a dois. Hoje tenho receio de nunca vir a encontrar respostas para estas perguntas porque eu própria tenho receio de viver novamente a dois. Neste momento isso parece-me terrivelmente assustador. Pensar que num dia nos entregamos a alguém e no outro a mesma pessoa considera isso lixo. Pensar que um dia que as diferenças são vividas em harmonia, no outro até aquilo que nos une são pedras. dá-me um nó na cabeça.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ou, enquanto não estamos de corpo e alma na vida, se nos apercebemos das sombras que os outros não mostram. Porque dizer que são os outros que não estão de corpo e alma é tão desculpabilizante como dizer que somos cegos. e não somos.

amelinha disse...

Pois às vezes as verdades estão bem evidentes e só nós não queremos ver. Somos cegos muitas vezes por opção e continuamos a ser cegos por não conseguir ver.